Briga de gigantes

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Hoje eu meço 3,5 metros. Hum… não estou sendo completamente honesta. Na verdade, estou me sentindo com 3,5km.

Ontem, depois de muito estudo e trabalho, ajuizamos a ação de indenização da Ana Paula Garcia contra os médicos que a agrediram durante o parto de sua filha. O Hospital e o Plano de Saúde também serão responsabilizados. Agora, a luta contra a violência obstétrica tem identidade para o Judiciário de Minas Gerais. É o processo 0306285-70.2013, em trâmite na 21ª Vara Cível de BH.

Para quem conhece a rotina violenta dos atendimentos ao parto parece inacreditável, mas a ação é inédita para a justiça brasileira. Estamos sendo maltratadas nos hospitais há mais de cem anos e o judiciário ainda não tomou conhecimento. Muito triste.

Ainda que o processo trate especificamente do caso da Ana, ele mostra que agora acabou a brincadeira. Passou da hora de deixar de ser normal passar por cesárea desnecessária, episiotomia de rotina, kristeller.

Ana, minha amiga, entramos nesta para ganhar. E quando ganharmos, estarão conosco todas as mini mulheres. Esta ação é sua, mas também é da Mayara, da da Bebela, da Laura, da Miyuki, da Lívia, Kyara, da Diana, da Morena, da Clara, da Sofia, da Júlia, da Raissa, da Manu, da Luiza, da Alice, da Carol…

 

 

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A outra

Eu torcia para demorar uns 45 anos para eu ser sogra, mas, conhecendo o João, suspeitava que isso aconteceria no máximo daqui há uns 10 – se muito. Ponderando o charminho que ele faz para todas as fêmeas que vê num raio de 20km e o meu desejo de não dividi-lo com ninguém, esperava que só houvesse outra mulher importante na vida dele lá pelo meio da adolescência. Tadinha de mim…

Saio de casa para trabalhar e o deixo com a outra. Ele quer ficar comigo, tenta me enrolar para eu não ir, às vezes chora – choramos ambos – mas, não está desesperado. Sabe que os dias são divertidos.

A outra é a melhor mulher que eu poderia escolher para o meu filho. Ela conhece e respeita as regras da minha casa. É suave e amorosa. Quer que ele experimente sabores novos e se entusiasma toda fez que invento uma brincadeira. Vê um dia de sol e acha que tem cara de parquinho e banho de mangueira. Vibra com as conquistas do João. Defende os interesses dele. Repara quando corta o cabelo. Não leva seus chiliques a sério. Eles descobrem coisas juntos e ela o incentiva a me contar. Fica triste, quando o encontra com um galo na cabeça na segunda-feira, pois ele caiu no fim de semana…

Sou muito grata a esta mulher.

Neste mundo maluco, no qual as pessoas se sentem à vontade para tratar como coisas as pessoas que cuidam dos seus filhos, queria agradecer publicamente à Lê, que tem o emprego que eu pedi a deus.

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Banho de balde – como, onde e por quê?

Fiz propaganda gratuita no facebook do Dadadá do ofurô de bebê da Sanremo que estava sendo vendido na Privalia por R$15,00. Quem viu se deu bem, quem não viu, melhor ainda: comprei 4, só vieram 2 e um estava quebrado. #feitadeboba

Mesmo com esta tragédia consumerista, o que salvou está fazendo barbaridades aqui em casa. João toma banho de balde desde que nasceu, mas ainda não tinha um próprio. No início era luxo da aula de ioga, que fizemos juntos desde que ele tinha 40 dias. Agora, ele está ryco e é proprietário do seu próprio recipiente, que tem usado todos os dias.

O banho de balde deixa o bebê em posição fetal, remetendo ao conforto do útero. Acalma, relaxa, alivia eventuais cólicas. É ouro puro.

Ele pode ser usado em recém-nascidos a partir de 1kg e dizem que faz milagres pelos prematuros. A limitação do espaço dá conforto aos bebês, que sofrem menos com o Reflexo de Moro.

Ainda que, no início, você possa ficar com medo de afogar o seu pequeno, esta aflição passa rapidinho, principalmente quando o banho deixa de ser uma guerra de nervos para se tornar um momento relax. A água deve ser morninha e estar na altura dos ombros. Você pode colocá-lo na banheira embrulhado em uma fraldinha, que, quando molhada, gruda no corpo dando ainda mais bem-estar.

Quem patenteou o negócio foi a holandesa Tummy Tub (me nego a dizer que ela inventou o balde!), mas aqui no Brasil a Plasutil e a Sanremo também produzem. A diferença entre os ofurôs e os baldes de limpeza é que os feitos para bebês são livres de Bisfenol (BPA-free), têm a base mais firme e as pontas arredondadas, para não arranhar os pequerruchos.
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Gugugu-dadadá com as mãos – Ensinando linguagem dos sinais ao bebê

João, como absolutamente todos os bebês gênios que conheço (!!!), aprendeu a coreografia do pintinho amarelinho em um piscar de olhos. O mesmo aconteceu com a do jacaré, a da aranha e a do alecrim dourado. Um dia ele acordou dando tchauzinho. Outro mandando beijos. Simples assim.

Aí, de repente, me deu um estalo: se estes gestos são tão fáceis para ele, por que não ensinar algo que o ajude a se comunicar?

Tenho no celular um aplicativo chamado ASL Baby Sign and Learn, que encontrei xeretando na App Store. São bonequinhos que falam o nome das coisas em inglês e fazem os gestos correspondentes na linguagem dos sinais. É uma gracinha. Quando estamos sozinhos no carro e por alguma razão ele esgoela de forma incontrolável, uso o aplicativo para gerir a crise.

via: http://www.babysignandlearn.com/baby-sign-and-learn-asl-for-iphone-and-ipad

Então, aprendi alguns dos sinais e os mostrei para ele. Ele sabe “dizer” cama, escovar os dentes, de novo, comer, sorvete, trocar fraldas, lavar as mãos. E só não sabe mais ainda não ensinei.

Minha ideia inicial era que ele soubesse palavras e expressões que me auxiliassem a entendê-lo no dia-a-dia, como “água”,“cocô”, “xixi”. Na prática, vi que não é bem assim: alguns sinais são mais difíceis. O gesto para água, por exemplo, precisa que ele leve três dedos à boca. João ainda não tem coordenação motora para isso. Cocô e xixi não priorizei, pois, ainda que ele possa aprender os símbolos, não tem controle dos esfíncteres para avisar quando quer fazer.

Aqui em casa tem sido uma experiência divertida e bacana. Ele fica orgulhosíssimo quando consegue se fazer entender: bate palmas, faz carinhas, uma festa danada. É mais uma coisa que estamos aprendendo juntos.

Tem coisa melhor que aprender com os filhos?

Ps1: não tenho a menor dúvida que bebês não devem ficar expostos a TV, celulares e tablets. Pesquisas da Sociedade Americana de Pediatria já comprovaram que estas tecnologias prejudicam a cognição das crianças pequenas. Uso o aplicativo para eu aprender os sinais. João só é exposto a eles, por pouquíssimo tempo, para que não nos envolvamos em um acidente de carro.

Ps2: o que ele chama de “sorvete” é fruta processada no mixer, coada e congelada na forminha de picolé. Ele AMA!!!

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Saudades do filho que perdi

Em 2009 sofri um aborto. Ponto.

Escrevi PONTO para que todo mundo tenha tempo de dizer o que pensa sem que eu precise ouvir que:

  •  30% das primeiras gestações não vão para frente.
  • Todo mundo já passou por isso.
  • Foi seleção natural.
  • Sou nova.
  • Nem era um bebê ainda (!!!!)
  • Vou ter outros filhos.

Já engravidei de novo. Tenho um filho que amo mais que tudo. Isso não faz doer menos aquele que perdi.

Para mim, ainda que na barriga, os bebês têm alma. E eu lamento, imensamente, não ter podido conviver mais com aquela alminha que foi embora quando era do tamanho de uma lentilha, antes mesmo que eu pudesse ouvir seu coraçãozinho.

 
via: http://brasil.babycenter.com/l5900076/de-sementinha-a-ab%C3%B3bora-que-tamanho-tem-o-beb%C3%AA#/3

 

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Pobres mães – o amor menos correspondido do mundo

Quando João nasceu, senti pena da minha mãe.

Logo que ele saiu de mim e o peguei no colo fui envolvida numa nuvem de amor e euforia tão grande que não tinha dúvida: eu nunca havia sentido nada igual. Na verdade, nada parecido. Para ser sincera, jamais tinha experimentado coisa que ao menos chegasse aos pés do que sinto por ele.

Então, lembrei da minha mãe, que sentiu aquilo duas vezes. Que, como já deu provas, me ama loucamente em todos os momentos da minha vida – mesmo quando sou insuportável. E senti pena dela, pois o seu amor nunca foi correspondido à altura.

E senti pena de mim, porque soube, sem nem uma duvidazinha que me consolasse, que João nunca vai me amar como aos filhos que ele vier a ter.

Depois meu coração se acalmou, porque se para mim o que João me dá basta – mesmo quando é só um sorriso meio banguelo – para minha mãe deve bastar também.

Mulheres, sejam mães.

Este post é para as queridas Sarah e Carol, para aumentar as caraminholas nas suas cabeças…

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Neuroses absurdas e tatuagem de segurança

Ontem, depois de exatos um ano e um mês, fui ao cinema. Tinha ido dois dias antes de o João nascer, assistir Um Dia, com a Anne Hathaway – ele dava cada salto na minha barriga que achei que ia sair pelo umbigo, ali mesmo – e voltei ontem para ver O Impossível, com Ewan McGregor e Naomi Watts.

O filme é inspirado na história real de uma família que se separa durante o tsunami da Tailândia, em 2004. É tenso, tenso, tenso. E eu, que já tinha pânico de criança perdida desde que meu irmão sumiu na C&A, na década de 80 – #quem nunca? – me vi cheia de pesadelos.

João é super mochilinha. Já foi ao show do Danilo Caymmi, da Maria Rita, do Hildebrando Pascal, várias vezes à Filarmônica. Nunca tive medo de multidão, mas tinha a vantagem de ele só ficar no colo. Agora que anda de um lado para o outro e é o bebê mais “dado” do mundo, fica perigoso. Para falar a verdade, saí ontem do filme com vontade de implantar um chip localizador nele (se alguém souber quem coloca, me avisa! dane-se-a-ética-tô-nem-aí-faço-qualquer-coisa-para-não-perder-meu-bebê).

Quando Bebela, minha afilhada de 4 anos, nos acompanhou a um show ao ar livre, escrevi nas costas dela, com canetinha, seu nome completo e os telefones de contato. Atende ao objetivo, mas é uma marmota. Uma solução menos avacalhada são as tatuagens de segurança.

Achei no site gringo Safety Tat. São tipo aquelas que vinham no chiclete, vc aplica com água e ela sai em uns 3 dias. Há diversos modelos, tanto para crianças perdidas quanto para aquelas que têm alguma condição especial, como autismo ou diabetes. Você escolhe a imagem e coloca o contato. Acredito que as crianças maiores devem amar.

SafetyTat 2 SafetyTat 3

Outra possibilidade bacana é fazer, você mesma, a tatoo. A Estefi Machado, que tem um dos blogs mais bacanas do pedaço (só coloco vocês na boa), ensina como fazer aqui.

Beijos e prende-o-menino-na-coleira! rsrsrsrsr

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Au Nain Bleu- Brinquedos lindos de morrer em Paris

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Sabe aqueles filmes do Tim Burton, com mil cores, movimentos e lindezas? Pois é, a Au Nain Bleu é como uma Fantástica Fábrica de Chocolate, só que de brinquedos. É coisa linda para enlouquecer qualquer cristão, budista ou ateu.

Fiquei hospedada pertinho dela na última vez que estive em Paris e todas as vezes que eu passava na porta tinha que me segurar para não entrar. Parecia que tinha um imã!!!

A loja existe desde 1836 (!) e fabrica brinquedos eternos, destes que vão ser usados pelos nossos filhos, netos e bisnetos. Fantoches, carrinhos de madeira pintados a mão, caixinhas de música, instrumentos musicais, jogos educativos… Tudo de babar. E, o mais importante: com o compromisso de deixar a cabeça das crianças funcionar.

João ganhou um carrinho de bombeiro e um jogo de blocos. Mal posso esperar para dar a ele o Forte Apache e as pernas de pau (#serealizanofilho).


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Dá para enlouquecer ou não dá?

 

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Relato de Parto do João – a aventura de nós dois

Continuando a nossa macro-série sobre parto (!!!), resolvi postar o relato que escrevi três meses depois que o João nasceu. Fui uma grávida obcecada por relatos (alguémreparou?). Li 5.000.000 de vezes os da Mari, o da Lia, da Anne, o da Flávia, o da Priscilla e dezenas de outros. Umas mais índias (ah!), outras mais nem-aí, cesáreas, partos domiciliares, histórias felizes e outras pedindo recall. Li, mastiguei, engoli tudo. E ruminei o parto do João.

Está aí, a minha colaboração para a obsessão de vocês. Não tem muitas informações precisas, por duas razões: 1) não sou muito precisa, 2) estava tão embasbacada pelo filhote que o relato não poderia ter outro formato: é uma carta de amor.

‘Bora ler?

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“A voz do anjo

sussurrou no meu ouvido

eu não duvido

já escuto teus sinais

que tu virias numa manhã de domingo

eu te anuncio

nos sinos das catedrais

Tu vens, tu vens,

Eu já escuto teus sinais…”

Filho, hoje faz três meses que vc chegou. É um domingo, como aquele. Ainda que o dia tenha amanhecido lindo, está chovendo agora, como no dia que vc nasceu. Tudo conspirando para que eu, finalmente, registre o começo da nossa história, para não esquecer nenhum detalhe quando for te contá-la, daqui há uns anos…

O seu parto começou quatro meses antes de você nascer, quando conheci o Isthar. Até aquele momento, eu não pensava em como você viria ao mundo. Tive muitos problemas no início da gravidez e, até pouco antes daquela reunião, estava concentrada em te manter dentro de mim, vivo. Tinha acabado de conquistar uma gravidez saudável. Ao ouvir as histórias daquelas mulheres, ver seus olhos brilhando ao falar de dor e prazer e, mais que tudo, ao presenciar sua ligação com seus filhos, não tive dúvidas que seu parto seria nossa primeira aventura juntos.

Fiquei viciada nas reuniões. Esperava o mês todo pelos encontros do Isthar. Aprendia a cada relato: Carlaila, Pat, Clara, Jane, Rafa, Laura, Paula, Inessa e tantas outras. Chorei com a Polly, quando discutíamos o tratamento que recebiam os recém nascidos nos hospitais. Percebia o carinho da Helena, que se sentava ao meu lado nas reuniões, para explicar, baixinho, coisas tão básicas, das quais eu nunca tinha ouvido falar: episiotomia, ocitocina, kristeller. Fui aprendendo e construindo dentro de mim o início da história de nós dois.

Quando a gravidez foi chegando ao fim, comecei a sentir nostalgia. Estávamos tão conectados! Sentia que precisava de mais tempo, para te dividir com todo mundo. Deve ser por isso, filho, que vc só começou a dar sinais da sua vinda quando minha gestação já tinha mais de 40 semanas…

No dia 10 acordei à 01:00 hora, sentindo dor. Não tinha mais dúvidas; eu estava pronta, você estava pronto. Pensei, com orgulho, em como estávamos conectados: sempre quis que vc nascesse num fim de semana.

Há algumas noites seu pai já acordava com os meus desconfortos noturnos. Eu não conseguia dormir, e, rolando na cama, acabava despertando-o. Normalmente, o chuveiro me aliviava. Naquela noite, não funcionou. Estava chovendo há muitos dias. O aquecimento solar não esquentara a água o suficiente e eu me vi chorando de frio.

Seu pai sugeriu que eu fosse para a banheira. Ele subia e descia com as panelas, cheias de água quente e amor. As contrações estavam fortes, eu tentava medir sua frequência e intensidade, sem sucesso.

Quando começou a amanhecer, pedi ao seu pai que ligasse para o Dr. Geraldo, para a Karine e a Helena. Tinha a sensação que não aguentava mais. Quando ele disse que mandaria uma mensagem, fiquei uma fera. Queria todos comigo, já! Nascia a onça que ia te parir…

Sua tia Kaká foi a primeira a chegar. Eram seis da manhã, eu tinha 4 cm de dilatação. Pouco depois veio a Helena. A presença delas foi suficiente para renovar minha energia e me fazer recordar: bebês nascem todos os dias, nós éramos fortes e daríamos conta, eu tinha sido feita para isso, milhares de mulheres já haviam passado pelo que eu estava sentindo e ainda passariam. Quando Dr. Geraldo chegou, ficou claramente fascinado por aquele clã de mulheres.

Deste dia, tenho na memória apenas flashs, meu amor: lembro de Helena entrando no chuveiro, de roupa e tudo, para me fazer massagens, quando eu achava que nada mais me consolaria. Da minha felicidade, ao ver que estava perdendo o tampão, ensanguentado e gelatinoso. Lembro dos olhos da sua Tia Karine, azuis, brilhando, quando ouvia seu coração. Da árvore de Natal, linda, linda, piscando o dia todo. Lembro do seu pai, comendo bolo de chocolate e gargalhando. Sinto o cheiro do óleo de castanhas e gosto de maracujá.

Passamos o dia todo neste ambiente de família. Eu sentia dor, estava cansada, vomitava muito, mas estava feliz, recebia muito carinho. Às 13:00 horas, tinha 6 cm de dilatação. As contrações deram um descanso e consegui dormir, enquanto todos comiam pizza e riam.

Às 18:00 horas resolvemos fazer um outro toque. O plantão da Adrinês na Casa de Parto terminaria às 19:00 horas e ela estava nos esperando. 7 cm!!! Apenas 1 cm em cinco horas…

Durante o toque, a bolsa se rompeu. Era diferente do que eu imaginava, mais sangue que água. Não senti nenhuma dor especial, mas, a partir daí, as contrações se tornaram muito mais fortes. Pegamos as malas para ir para o Sofia. Na porta, Alexandre me perguntou: “Tem certeza que quer ir, meu amor? As coisas estão indo tão bem aqui…” (!!!!!!)

O trajeto de carro foi uma verdadeira tortura. Cada brita no asfalto parecia uma facada. O Sofia nunca foi tão longe. Eu estava indo lá, semanalmente, desde a 37ª semana de gestação, para escalda-pés e massagens. Sempre era um passeio. Em trabalho de parto, parecia uma via crucis!

Chegamos e o quarto Leila Diniz estava nos esperando, com aquela luz azul que eu tinha visto no vídeo do parto da Paula A banheira estava vazia e as contrações estavam punk, por isso, resolvi ir para o chuveiro. A água estava gelada!!! Eu me contraía de frio e a dor aumentava. As meninas se empenhavam em encher logo a banheira, mas a água estava sendo esquentada em um ebulidor, jarra por jarra!

A banheira não me consolava. Comecei a pedir pela anestesia. Fizemos outro toque: 9 cm de dilatação! Alexandre tentou ponderar comigo, como eu tinha pedido no Plano de Parto, “estava tão perto, eu já tinha ido até ali”. Acabou ganhando um palavrão. Eu alternava entre o choro e os xingos. Em um determinado momento, exigi a anestesia.

As meninas pediram à anestesista que fosse ao quarto me atender. Ela não aceitou, mas deixou que eu retornasse à Casa de Parto depois do procedimento. Sua avó Gina e sua dindinha Riri estavam na Casa de Parto, há horas, mas sequer tinham me visto. Quando seu pai me disse que elas tinham chegado, eu enfurecida, disse que não queria ninguém lá (“o que vieram fazer aqui *%$#@?”). Com a anestesia, retomei a sociabilidade. Jantei com elas, caminhamos, fizemos ginástica, rimos. Eu tinha medo que o relaxamento fizesse trabalho de parto parar, então, me empenhei em estar o mais ativa possível.

Por volta das 22:30 hs, voltei a sentir o corpo contraindo, mas sem dor. Sua tia fez outro toque e viu que eu tinha 10 cm de dilatação. Voltei para a banheira, para te fazer nascer!

Com a anestesia, o pouquinho de consciência corporal que eu tenho se esvaiu, por isso, precisei de ajuda para saber quando tinha que fazer força. Tia Kaká mantinha a mão na minha barriga e me avisava quando a contração estava vindo. O resto era comigo. Esta é a única sensação que lamento ter perdido no seu parto: sempre quis sentir os puxos, saber como a natureza faz para ensinar as mães a tirarem os bebês das barrigas.

Quando vc coroou, achei que nunca tinha sido anestesiada. A dor era alucinante, parecia que havia um maçarico apontado para mim. Chorei, gritei, xinguei. Não suportava que ninguém me tocasse. A pobrezinha da Helena, que me sustentava de cócoras, levou um milhão de cabeçadas. Eu, totalmente maluca, dizia para que não me encostasse – como ela me seguraria sem encostar, só deus sabe! Tia Kaká tentou amparar meu períneo e levou um grande tapa – que, segundo ela, também atingiu a sua cabeça. Meu amor, eu não disse que seria uma aventura para nós dois?? 😉

Segundo o seu pai, entre o momento que a sua cabeça apontou e a hora que você nasceu se passaram 40 minutos. Para mim, pareceu durar para sempre e só um segundo. Perguntaram se eu queria te ver com um espelhinho e eu não quis. Se queria tocar o seu cabelo, e eu neguei. Só queria que acabasse logo.

Filho, nada na minha vida foi mais emocionante do que vc saindo de mim. Sua tia só te amparou e me entregou. A dor acabou imediatamente. Acabou cansaço, fome, irritação, agressividade, enjôo. Senti uma euforia, uma felicidade mágica que não consigo explicar. Todo mundo sumiu. Éramos só nós dois. Seu pai, Helena, Tia Kaká, Adrinês…todo mundo ficou embaçado. Senti o seu cheiro, que era o melhor do mundo e até hoje enche a minha boca d’água. Devia ter te lambido. Não faz mal: tenho a vida toda para te lamber…

Obrigada, João, por ter me escolhido para ser sua mãe.

Obrigada Alexandre, que divide comigo o que tenho de melhor.

Karine, por ter voltado para minha vida de um jeito tão especial.

Helena, por ser só amor.

Polly, por ter inventado o parto na minha cabeça.

Adrinês, por ter dado tanto de si a uma desconhecida.

Obrigada a cada mulher do Isthar e da Parto Ativo BH, que dividiu seus desejos, suas expectativas, vitórias e frustrações. A mãe que sou foi um pouco parida por vcs.

Todo amor do mundo,

Gabi

11/03/2012

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Meu Plano para o Parto do João

 Meninas, conforme prometido, segue o Plano de Parto que elaborei para a chegada do João. Antes de qualquer coisa, preciso dizer que, quando recebi o modelo, não tinha a menor ideia do que era enema, casa de parto, ocitocina, tricotomia, episiotomia. Para falar a verdade, demorei umas 2 semanas para aprender a falar episiotomia sem gaguejar. O que quero dizer é: não entrem em pânico, dá tempo de aprender 😉

 O modelo foi bacana porque era bem abrangente e permitiu que eu pudesse estudar sobre tuuuuudo e decidir o que era ou não relevante para mim. Eu o alterei umas 5.600 vezes, seja porque fiquei mais sabida, seja porque simplesmente mudei de ideia. Mesmo assim, como vocês verão, muita coisa mudou na hora do “vamos-ver”. Estou postando uma versão editada, que compara o que eu queria com o que de fato aconteceu (o que está entre parênteses escrevi depois).

Espero que sirva de inspiração. Foi uma história de final feliz, da qual tenho muito orgulho e o maior carinho. É o que desejo para cada uma de vocês…

Qualquer dúvida, mandem-me no e-mail ou nos comentários!!!

Bjs, bjs!


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PLANO DE PARTO – GABRIELLA SALLIT

 Bebê: João Sallit Pimenta da Rocha

Marido: Alexandre Pimenta da Rocha

Obstetra: Dr. Geraldo Diniz     (Só visitou)

Enfermeira Obstetra: Karine Brugger         (Auxiliada por Adrinês Cançado)

Doula: Pollyana do Amaral Ferreira  (Substituída por Helena Villas-Boas)

Data provável do parto (DPP): 03/12/11   (Data do parto: 11/12/11 #datalinda)

Premissas:

– Entendo o parto como um processo fisiológico, que deve apenas ser assistido pelos profissionais de saúde, caso não haja nenhuma complicação; (Foi exatamente o que aconteceu. Só tive intervenção médica quando pedi anestesia e quando tive que fazer uma curetagem para retirar a placenta (tive acretismo placentário) e, depois, para conter uma hemorragia.)

– O parto normal é importantíssimo para mim, por isso, estou me preparando com estudo e exercícios físicos. Pretendo esperar por ele até 42 semanas, caso não aja indicação médica contrária; (Pela DPP, o João nasceu com 40 semanas e 6 dias.)

– Suporto melhor a dor quando estou sozinha. Quero apoio e segurança, mas, se não quiser companhia ou conversa, gostaria que ninguém as forçasse, ou interpretasse como rejeição. (Fiquei super carente, só aguentei o trabalho de parto (TP) porque tive a companhia e o carinho da Enfermeira Obstetra e da Doula.)

– A partir da 38ª semana, adotarei condutas não farmacológicas de estímulo ao trabalho de parto (acupuntura, reflexologia, chás etc) (Fui ao Hospital Sofia Feldman receber escalda-pés e ventosas, tomei homeopatia e chás, fiz drenagem linfática e exercícios – mas demorei a querer que o João nascesse.)

– Prefiro uma laceração de 1º grau a uma episiotomia, e prefiro um fórceps ou vácuo a uma cesárea; (Só tive uma pequena laceração nos lábios vaginais, nada no períneo)

– Em caso de necessidade de indução do parto, quero a Doula comigo; (Não precisei)

– Se a posição da criança ou da placenta for desfavorável ao parto normal quero aguardar pelo trabalho de parto ou, na impossibilidade, pelo menos os pródromos.( Não se aplica. O João estava cefálico desde a 32ª semana. O acretismo placentário não é detectável no exame clínico nem no ultrassom e não é impedimento para parto normal.)

Trabalho de parto:

– Assim que eu entrar na fase latente, a EO tentará reservar o quarto da banheira na Casa de Parto; (Foi exatamente o que ocorreu. A EO ligou e o quarto estava nos esperando. Da próxima vez, vou pedir que me esperem com a banheira cheia (!!! #vemsegundinho))

– Quero ficar em casa até a fase ativa, caso não aja indicação inversa da Enfermeira Obstetra;( Fiquei em casa até 7 centímetros de dilatação, acompanhando os batimentos cardíacos do João, tudo com a maior segurança. Não sei se estava na fase ativa, pois não medimos as contrações.)

– A não ser que eu solicite companhia, prefiro ficar sozinha; (Quis companhia o tempo todo!)

– Se a bolsa romper antes das contrações, avisarei a equipe (EO e Doula) para acompanhamento; (A bolsa rompeu durante um toque, quando já estava com 7 cm de dilatação, por volta das 18:00 horas. As meninas estavam na minha casa desde as 06:00 horas.)

– Decidirei na hora quando quero avisar minha família. Não quero causar ansiedade caso tenha um trabalho de parto longo, mas também não quero excluí-los do processo. (Minha mãe e uma prima foram visitar quando cheguei à Casa de Parto (sem a minha autorização – hum!). Minha sogra e minha cunhada chegaram logo depois do João.)

– Quero o celular do Alexandre desligado (silencioso não vale. Desligado mesmo, sem negociação) e o das meninas, se possível, no silencioso; (Deveria tê-lo proibido de levar o celular para casa de parto. Tenho uma foto, ainda na banheira, um segundo depois do João nascer, agradecendo os parabéns do Fulano de Tal, para quem Alexandre já havia mandado mensagem (quem é esse cara na minha vida, meu deus???))

Internação:

– Pretendo me internar na fase ativa, ou seja, com pelo menos 5 cm de dilatação e 3 contrações em 10 minutos. Na verdade, quero ficar em casa o máximo de tempo possível, desde que haja uma margem de segurança para a transferência para a Casa de Parto. Não quero ficar em salas pré-parto, nem tampouco parir no carro; (Fui para a Casa de Parto com 7 cm de dilatação. A transferência foi punk.)

– Tentarei me internar diretamente na Casa de Parto. Caso não haja vagas, pedirei a EO que tente as suítes de parto do Hospital. Neste caso, é ainda mais importante que vá com o TP bem adiantado. (Como já disse, fui para a Casa de Parto.)

– Desde o início do TP, vou caminhar, fazer exercícios, enfim, o que puder para contribuir para seu avanço; (Não fiz muitos exercícios em casa. Fiquei cansada e preguiçosa.)

– Quero a presença do Alexandre, da Doula e da EO, seja na Casa de Parto, seja na Maternidade; (Foi perfeito)

– Quero o menor número possível de pessoas no ambiente; (Ninguém me incomodou.)

– Quero ser chamada pelo meu nome, mesmo pelos profissionais que não conheço. Nada de mamãe ou de mãezinha. Alexandre vai me ajudar; (Foi perfeito. Todos me trataram como se me conhecem de longa data, mesmo a anestesista e o médico que me atendeu na emergência. Recebi um tratamento respeitoso e adulto, mesmo quando estava louca de dor ou semi-inconsciente, por causa da hemorragia.)

– Manterei meu hábito de depilação; (Foi o que fiz, mas não foi importante.)

– Levarei biquíni, caso tenha a chance e resolva entrar na banheira; (Nem lembrei do biquíni. Fiquei sem roupa.)

– Não quero que mantenham acesso a minha veia de rotina (nem soro puro, nem com ocitocina); (Só fiquei com ocitocina depois da anestesia.)

– Quero poder beber e comer. Levarei frutas, castanhas, chocolate, gatorade; Nada parou no meu estomago.( Só comi maracujá o dia todo, mesmo assim, vomitei. Só consegui jantar depois da anestesia.)

– Quero me movimentar buscando meu conforto;( Quis ficar quietinha, mas acho que, se tivesse ficado mais ativa, poderia ter contribuído para a evolução do TP.)

– Usarei o chuveiro e alternativas de alívio da dor (massagem, técnicas de respiração, música – tudo que possa tornar o ambiente acolhedor). Manterei a partir de agora arranjos de flores perfumadas em casa, para levá-los quando formos para a Maternidade; (Nem lembrei da música. Sorte que estava tocando o CD que ouvi durante a gestação, quando ia fazer escalda-pés, que me tranqüilizou e deixou o ambiente acolhedor. Nem me lembrei das flores. As técnicas de respiração e massagem ajudaram muito. Além do alívio, tive a grata surpresa da minha memória passar associar o cheiro do óleo de castanhas que usamos naquele dia ao nascimento do João.)

– Gostaria que o João fosse acompanhado pelo sonar: não quero ficar presa no cardiotoco para não limitar minhas posições, nem criar ansiedade desnecessária. O sonar deve ser usado onde eu estiver: mesmo no chuveiro, ou no jardim;( Nem conheço cardiotoco. Sei lá a cara que ele tem!)

– Não quero exame de toque com freqüência, pois me causará desconforto e ansiedade; Em 24 horas, fiz 5 toques: 3 em casa, 2 no Sofia. (Detestei todos, mas sei que só foram feitos em momentos importantes.)

– Antes de fazer uso de analgésicos, tentarei alternativas para a diminuição da dor.( Estava chovendo em BH há dias. Tanto a minha casa quanto a Casa de Parto têm aquecimento solar, ou seja, sem sol, sem aquecimento. Horas e horas debaixo do chuveiro acabaram com a água quente e ficar sem este instrumento  me prejudicou…)

– Se precisar de analgésicos ou calmantes, pedirei. Não me ofereçam. Pretendo conversar com a Doula e a EO para que ponderem comigo sobre a necessidade destes artifícios, já que o Alexandre já declarou que não se sentiria confortável fazendo-o. Ainda que decida por estas intervenções, gostaria que elas fossem usadas com parcimônia, para que eu não perca os movimentos das pernas ou a consciência do que está acontecendo e o poder de decisão; (Quando pedi a anestesia, não quis nem saber de ponderações. O analgésico não me impediu de andar, nem me deixou abobada. Pelo contrário: só depois comecei a caminhar e me exercitar.)

– Quero tentar posições ou movimentos antes de iniciar o uso de ocitocina -n seja qual for a indicação; (Quando me anestesiaram me colocaram imediatamente na ocitocina. Ninguém me consultou, agiram como se fosse um pacote: quer anestesia, ganha ocitocina.)

– Não quero ruptura artificial da bolsa, por mera rotina; (Minha bolsa rompeu num exame de toque.)

– As fotos devem respeitar minha privacidade, dando prioridade aos registros das expressões e emoções, evitando nudez e sangue. Quando o João já estiver conosco, quero muitos registros. (Arrependi-me de não ter tirado mais fotos. As que tenho são lindas, mas poucas.)

– Gostaria que minha decisão de rejeitar algum procedimento seja respeitada. Não quis manobras para retirada da placenta.( Acataram minha decisão, mas, em determinado momento, não dava para esperar mais. A EO tentou retirá-la com tração, mas o cordão rompeu. Fui andando para a Maternidade. Lá, me sedaram, descolaram a placenta manualmente (o médico enfiou a mão dentro do meu útero!!) e depois fizeram uma curetagem.)

Expulsivo:

 – Quero ter o João na posição que eu desejar;( João nasceu de cócoras sustentada, dentro da banheira. Algumas vezes fiquei em 4 apoios, ou agachada e apoiada na borda.)

– Não quero que fiquem tocando meu períneo no período expulsivo. Se houver laceração, paciência; (Quem tentou tocar foi reprimido a tapas.)

– Não quero que puxem o bebê, deixem que ele venha no tempo dele. Toquem-no o menos possível, ele deve apenas ser amparado.( Ele só foi amparado, mesmo que, na hora do expulsivo, eu implorasse que o tirassem de qualquer jeito.)

– Quero me concentrar no que está acontecendo e preciso de silêncio para fazê-lo, então, não quero palavras de incentivo, nem conversas. Por favor, não falem comigo durante as contrações;( As conversas tipo “-Calma, o João está chegando” ou “-Olha, é a cabecinha” me deixaram uma fera. Tudo me irritou, até as ervas que estavam na banheira. Num próximo parto, não quero ervas na banheira.)

– Não me mandem fazer força, inclusive, se eu estiver exagerando, lembrem-me de ter suavidade, para evitar a laceração; (Precisei de ajuda, pois não senti puxos nem as contrações.)

– Lembrem-me de tocar a cabeça do BB, quando ele estiver coroando;( Estava muito mal humorada, não quis e me arrependo.)

– Não quero episiotomia – a menos que o bebê esteja em risco e precise nascer logo; Como já disse, não tive episiotomia, nem qualquer laceração no períneo. Só uma pequena, nos lábios.

– Não quero manobras para a saída do bebê – a menos que seja estritamente necessário devido à sua saúde. Nesse caso, quero ser comunicada antes de aplicar a manobra e saber o porquê; (Nada foi necessário. #tksgod)

– Quero ter o meu bebê imediatamente em meu colo após o nascimento. O João me foi entregue imediatamente. (O cordão era curtinho, eu tremia muito, então, afundei meu bebê algumas vezes. Isso apressou minha vontade de cortar logo o cordão.)

– Se a sucção das vias respiratórias for necessária, prefiro que seja feita enquanto o bebê está comigo, com a perinha. (O João não saiu de perto de mim, e não me lembro de qualquer sucção.)

– Quero que o cordão seja cortado apenas quando parar de pulsar. Se o Alexandre estiver presente, deve ser consultado se quer fazê-lo. (Como o cordão era curtinho e eu estava tremendo, toda hora deixava o rosto do João entrar na água. Fiquei com dó e pedi que o cortassem logo. Alexandre cortou. Não sei se ele já tinha parado de pulsar.)

Após o parto:

 – Prefiro aguardar expulsão espontânea da placenta com auxílio da amamentação. Não quero massagem, tração ou infusão intravenosa de ocitocina. Caso a placenta não saia sozinha em uma hora, reavaliaremos a conduta;(A placenta não saiu sozinha, graças ao acretismo placentário. Reavaliamos e tive que me submeter à extração manual e à curetagem. Senti-me absolutamente respeitada, o tempo todo.)

– Quero o João comigo o tempo todo, mesmo para avaliação e exames. (Enquanto eu me submetia à curetagem, o João ficou com o pai. No meu próximo parto, vou pensar em ter duas doulas: uma para mim e uma para o bebê. Não queria que a Helena saísse de perto de mim, mas Alexandre se sentiu desamparado sozinho com o João.)

Cuidados com o bebê:

– Quero manter meu filho no colo o tempo que eu quiser após o nascimento; (Foi o que aconteceu e foi lindo.)

– Quero amamentar na primeira hora; (Já nasceu sabendo mamar e começou ainda na banheira.)

– Fiz os exames de Streptococo, Clamídia e Gonorréia e todos são negativos. Estas informações constam no meu cartão de gestante e eu levarei os exames impressos. Não quero que seja administrado nitrato de prata nos olhos do João; (Não recebeu colírio.)

– A vitamina K deve ser aplicada enquanto o bebê estiver mamando; (Nem chorou.)

– Não oferecer água glicosada, fórmulas ou bicos; (Só mamou no peito e ficou comigo o tempo todo, mesmo quando eu estava na Unidade de cuidados intensivos).

-Teremos alojamento conjunto o tempo todo. Caso seja necessária a separação o pai deverá acompanhá-lo o tempo inteiro. É o pai quem vai vesti-lo, pesá-lo e segurá-lo para eventuais exames; (O pai, a avó e a tia fizeram isso. No próximo bebê, acredito que Alexandre vai estar mais preparado.)

– Eu e Alexandre daremos o primeiro banho;( Eu estava muito fraca, mas assisti Alexandre dando o primeiro banho com a EO.)

– Quero que a avaliação pediátrica seja feita no quarto e na presença de um dos pais; (O pai, a avó e a tia fizeram isso.)

– Caso seja necessário algum procedimento de urgência me avisar dos detalhes e porque está sendo feito; (Nada foi necessário.)

Caso a cesárea seja necessária: Não se aplica (Uhhhuuu!!!)

– Caso a indicação seja anterior ao TP, quero ser acompanhada pelo Dr. Geraldo;

– Gostaria que fosse franqueada a presença de meu marido e da Doula.

– Anestesia peridural se possível, sem sedação.

– Não quero minhas mãos presas. Caso não seja possível quero que me soltem para que eu possa segurar meu bebê quando nascer;

– Quero ser consultada de desejo remover o campo para ver o neném nascer;

– Após o nascimento gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito imediatamente, sem separação;

.- Gostaria de amamentar já na sala de cirurgia;

Observações:- Se eu não tiver condições de decidir sobre alguma intervenção meu marido está apto a decidir por nós. (Eu mesma decidi sobre o que era relevante, como, por exemplo, tomar transfusão de sangue.)

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